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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Bares, praias e um sorriso

Outra vez vou sair para ver o mar, tentar esquecer o dia em que o mundo voltou a girar. Viajar por horas, correr da civilização de luzes artificiais que me incomodam nas noites de outono... Depois de algumas horas ou dias viajando posso ver o mar com suas ondas tentando invadir a terra, tentando de todas as maneiras e persistentemente sem ao menos pensar em desistir, sabendo que um dia seu triunfo será eterno! O cheiro da água salgada me liberta do mundo civilizado, sinto uma alma selvagem e insaciável em mim. O sangue fervoroso pede adrenalina, pede algo que num sonho passado foi real. Um sonho que em noites quentes incomoda meu sono, vem lembrando de noites esquecidas... Posso sentir aquele vento salgado em meus olhos de nostalgia. Olhos sem medo, frios e medrosos... Ah, aquele vento me lembra coisas tão boas. Um dia sem medo, um dia tão apaixonado... Aquelas palavras doces que costumava dizer quando acordava ao lado de um sorriso tão belo que os sonhos começaram a ter uma certa inveja da realidade. Os sonhos de nada mais valiam, aqueles sorrisos indiscretos me fortaleciam a cada manhã... Acordava com uma sensação de querer cada vez mais, a minha obsessão por aquele sorriso e por aqueles olhares que me dava nas noites frias... Ah, aqueles olhares! Sua voz dizendo que os sonhos são a nossa realidade e que o que nós temos nada mais é do que nossa imaginação. Lembro-me bem de suas irritantes palavras quando me pedia para esquecer de tudo... E então o dia em que tudo começou a se tornar real demais... Os dias sem olhares começaram a serem desperdiçados em bares nas esquinas do Rio de Janeiro, em certas boates procurando uma voz e um sorriso. Passaram dias iguais a este... Até que um dia, numa bela praia afastada da civilização, aquela paisagem... Aquele lindo sorriso, vinha caminhando em minha direção... Havia algo diferente... Aquelas palavras... Aquela voz triste... E logo depois foi embora, dizendo adeus... Estar naquela mesma praia me trazia uma sensação tão boa e tão devastadora... Tantas palavras perdidas, tanto tempo, tanto amor. E hoje me sinto só, me sinto um nada, me sinto como nada vivesse em mim, nem ao menos saudade. O calor da areia me traz uma certa nostalgia... Talvez algo esteja voltando... Talvez um sorriso venha até mim pela manhã...
Marcus James

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