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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dois Vícios

                Dois anos, duas vidas, dois vícios, uma explicação. Depois de tanto tempo eu começo a perceber o que eu preciso de você. Nada. Seu sorriso sem graça já não me seduz mais, suas caretas já me enjoam, seu cabelo já não me traz mais nada.
                A vida passa e você some. Seus estranhos vícios de me morder pela manhã e mostrar a língua quando fica com vergonha já não me fazem falta. A noite esfria e a saudade não vem. E isso começa a me preocupar.
                Ontem caminhando, sozinho, encontrei uma pequena menina brincando com algumas folhas caídas da árvore. Lembrei-me de você. Aquele encantador brilho no olhar que encontrei em você, eu também encontrei naquela criança, brincando. Senti uma nostalgia seca entrando ferozmente em mim. Senti vontade de correr pra te encontrar naquele pequeno e fedido restaurante na rua das Orquídeas que você odeia tanto e que ainda insiste em trabalhar nele e não mostrar todo seu talento na arte. Mas algo me impedia, algo que eu já conhecia, um estranho sentimento sem nome que me faz sentir raiva de não conseguir mais pensar em você! Algo sem sentido, que já não se chama mais vida. Eu te peço, volte com seu olhar, me seduza, me faça ter arrepios de medo, mas acima de tudo, me faça rir, me faça sorrir só por ter você aqui.
Marcus James

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